terça-feira, 15 de outubro de 2013

Spike, o desarmador de bombas parte II

Rememorando a minha infância explosiva

    Na primeira parte, contei a vocês sobre Spike, meu fiel escudeiro que ajudava a colocar em prática minhas artimanhas, creio que se o destino não tivesse nos separado teríamos dominado o mundo antes que Pink e Cérebro conseguissem sair do laboratório. Se você não tiver lido ainda, pode acessar clicando aqui, ou simplesmente prosseguir a leitura.

Bom, mas vamos lá: nas cidades do interior, as pessoas tem o hábito de trabalhar em casa fazendo “bico” pra tirar uma renda a mais no fim do mês. Dentro dessa onda de trabalho em casa, estava os estalos, ou melhor dizendo: as populares BOMBINHAS, fogos de São João.
Na época, praticamente metade da moçada de 12 a 17 anos fazia bombinhas e aí morava o perigo: a galera levava pra dentro de casa uma areia explosiva para confeccioná-las, trocando em miúdos, essa bombinha era um pouco de “pólvora” embrulhada em pedaços de papel.

Bom, eu e Spike começamos a observar que minha irmã, fazedora de bombinhas por excelência, corria perigo e ameaçava a segurança do meu lar, afinal, a mente de uma criança ao ver uma areia explosiva, logo imagina que ela pode explodir não só sua casa, mas produzir uma espécie de Big Bang Mineiro para acabar com toda a vida no planeta. Profundo, não?

E para salvar o mundo, eu e Spike entramos no cômodo onde ficava a areia e topamos com uns 6 pacotes encostados na parede. Só de estar ali o calor era insuportável, peço licença poética e higiênica para confessar que suávamos que nem suíno na fornalha, mas a missão de desarmar a bomba e salvar a humanidade era mais alta do que qualquer temperatura.

    Spike se assustou com tanta “dinamite” no lugar e me disse em tom bem coloquial: - Fica na entrada vigiando para ninguém ver eu vou jogar a areia no chão. E eu logo pergunto: - Por que jogar no chão? – E recebo a resposta: - É assim que se desarma nos filmes da tv. Balancei a cabeça concordando e fui para a porta vigiar alguma possível ameaça, Spike esvaziou 2 pacotes e olha que eram pacotes bem pesados, mas quando ele pegou o terceiro, o calor falou mais alto e de repente eu ouço aquele barulho sutil que precede uma explosão, uma espécie de “trisssssss....” e daí o destino sacana conta 3,2,1 e surge um KABOOM. Pra explicar a minha emoção naquele momento, precisaria usar todos aqueles balões de história em quadrinhos que aparecem quando um estouro acontece.



    Assim que eu percebi que a areia tinha explodido justamente no rosto do Spike, percebi que a pele dele que antes era mais branca que a neve, estava negra como a noite, como se a explosão tivesse pintado sua cara feito canetinha em folha A4. Meu desespero foi enorme, vi Spike de cara queimada, o cômodo cheio de uma fumaça acinzentada e só conseguia gritar uma palavra mágica que ecoou por todo o universo: - MÃAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAE! Eu gritava, pulava, berrava tanto que eu fiquei sem voz por uns momentos. Por sorte e ironia do destino, quando minha mãe chegou e se inteirou da situação, Spike estava bem, foi só o susto, o garoto estava no banheiro lavando o rosto e se enxugando, não aconteceu nada com ele a não ser uma história engraçada que com certeza vamos contar para nossos netos da mesma forma que estou compartilhando com vocês agora.

    E o engraçado é poder analisar o papel das mães na vida criança, de certa forma elas representam super-heróis, ou no feminino: super-heroínas. Mãe: verdadeira palavra mágica que a gente usa quando está em apuros e espera que elas mudem o mundo e tragam de volta a paz perdida. No maior estilo Chapolim Colorado: - E agora, quem poderá nos ajudar?

E dessa história toda só aprendi uma coisa: se vai desarmar uma bomba, corte o fio vermelho, mas não tente despejar areia explosiva em uma superfície quente.


Se você gostou da crônica, creio que vá se interessar também nessa outra que muita gente gostou e deu "pano pra manga":



A qualquer momento volto com o meu “plantão” ou com o jardim inteiro mesmo, trazendo mais histórias. 

Spike, o desarmador de bombas

Rememorando a minha infância explosiva

    E enfim chegou o mês de outubro, mês das crianças e dos foguetes! Sim, por causa de uma crença religiosa, boa parte das pessoas solta fogos neste período, fazendo com que a nossa atmosfera fique recheada de paraparaparapapa-pa-pa-pa-pá....♫ assim como naquele funk do Tropa de Elite. Mas é por uma boa causa, porque fé a gente respeita e não impõe, não é mesmo?

    Mas nesse mês de outubro, eu lembro mesmo é da minha infância, como diriam os velhinhos que sentam na praça: - Ô tempo bom que não volta mais, hein sô? E sim, realmente não volta, até que se encontre uma máquina do tempo ou que se invente uma poção rejuvenescedora. 


    Minha infância foi muito peculiar, eu era daquelas crianças mais quietas que possuía uma mente criativa com um turbilhão de ideias, digna de transformar uma caixa em câmera de vídeo e uma cadeira em vilão dos Power Rangers. Observação: nem te conto que certa vez destruí uma cadeira da minha casa com a espada do He-man, enquanto no meu mundo, eu estava protegendo minha família de uma possível ameaça fantasma, a minha mãe não interpretou assim e me castigou feio, aí fui entender porque a maioria dos super-heróis usa máscara e tem uma identidade secreta: os outros realmente não entendem suas boas intenções. Na prática, só o inferno entende, por isso está cheio delas. hehe

    Bom, vivendo em meu mundo particular, por sorte eu não representaria ameaça a ninguém, afinal, apesar das ideias mirabolantes, eu tinha um bom anjo que cochichava no meu ouvido a boa conduta que eu deveria seguir. Mas já imaginou se essa criança dócil e cheia de imaginação, digna de estrear a versão real de “O Fantástico Mundo de Bob” arruma um amigo totalmente sem fronteiras? E digo sem fronteiras sem me referir a Tim, mas a um espírito livre. Sim, e de fato isso aconteceu. Ao entrar na escola, minha mente mirabolante conheceu um espírito livre, um amigo que morava no campo e por isso não tinha medo de nada nem ninguém, vou chama-lo aqui de Spike (apesar do nome dele não ter nada a ver com Spike, mas como gosto muito de filmes estrangeiros e sempre tive vontade de falar Spike, então, fica assim mesmo).


    Spike sempre ouvia as minhas ideias e o melhor: a gente sempre dava um jeito de coloca-las em prática por mais absurdas que pudessem parecer para os adultos. Eu me sentia um verdadeiro chefe da máfia e seus jagunços, uma vez que se eu dissesse: - Spike, traga o fulano aqui, vivo ou morto. Spike buscaria o fulano, afinal segundo ele dizia: - Quem sabe seria divertido... O problema é que a diversão pode ir longe de mais em alguns casos e uma situação normal pode se tornar problemática, uma bomba como na música: - Bomba, para dançar isso aqui é bomba...


    E é o que você vai conferir na parte 2 dessa história. Clique aqui!

Boletim de Notícias da Garota Tropical - Parte II

Porque a censura midiática começa na escola

    Na primeira parte da história comentei com vocês sobre a nova onda que surgiu em 2005 da novela Rebelde, e, por consequência a personagem polêmica que escrevia cartas anônimas. Caso não tenha lido, pode clicar aqui e conferir, se já leu, lhe convido a prosseguir a leitura.

    Como estava dizendo, com essa onda das cartas anônimas na novela, surgiu uma ideia mirabolante da parte de uma amiga que vou me referir como Garota Tropical, rsrs. Eu bem que poderia citar o nome, mas como hoje tudo dá processo e o sigilo deixa tudo mais instigante, que seja Garota Tropical. A Garota Tropical certa vez me disse: - Já imaginou se a gente publicasse um jornal aqui na escola? E como eu não perdia a oportunidade de escrever e de santo só tinha a cara e a fama, embarquei nessa.


    Daí surgia a dúvida: do que vamos falar e como é que a gente vai fazer pra que ninguém descubra quem é/são o(s) autor(es)? Foi fácil, decidimos fazer o boletim através de recortes de revista, a ideia foi boa, mas já imaginou o imenso trabalho de produzir 3 páginas escritas só com palavras recortadas da revista? Sorte nossa, que a disposição não faltava.

    A Garota Tropical levou para a escola um arsenal de revistas que deveria pesar cerca de uns 2 quilos só pra gente fazer os recortes. O resultado final não ficou muito higiênico, lhe garanto, porque não encontrávamos algumas palavras inteiras, daí tínhamos que improvisar, pra escrever jantar, recortávamos o “JA” da revista VEJA, o “N” de alguma propaganda e o “TAR”, juro que não sei de onde tirávamos o “TAR”, mas a produção era boa e dava um jeito, com exceção do monte de cola que usamos pra fazê-lo e acabamos encharcando o jornal, tínhamos um profissionalismo que fazia até PLIM PLIM, assim como a Rede Globo. Agora você deve estar pensando aí: - Quê que é isso, hein? Rsrs

    Bom, o nosso jornal abordaria tudo o que fosse escandaloso suficiente para chocar pessoas de 14 anos, e te juro que não foi difícil, porque quando se tem 14 anos, a opinião das pessoas é muito importante, de forma que se você tropeça ou erra uma combinação de roupa, isso se torna o fim do mundo e vira a piada do século. E não é que tivemos um bom faro jornalístico? Conseguimos descobrir que um garoto havia dado um fora em uma menina chamando-a de criança, vulgo creche, porque ela era 1 ano mais nova.

    Cá entre nós, 1 ano nunca fez tanta diferença como nessa manchete, não é mesmo? Na adolescência, queremos ser adultos de mais, saber de mais e a grande verdade é que somos mais crianças do que imaginamos e que é uma etapa justamente para cometer erros e aprender com eles, até que a maturidade chegue pra começarmos a caminhar em terra firme. Ou não! 

  Finalizando: nesse jornal saíram coisas sobre nós, os escritores, afinal, quem suspeitaria que alguém fosse publicar algo falando mal de si também? Volto a frisar: aborrecentes são mais maquiavélicos do que se pensa. Da minha parte saiu que eu e um amigo só tínhamos boas notas por bajular os professores. E cá entre nós, talvez tenha uma gota ou uma chuva de verdade nisso, rsrs, brincadeira.

   Após o jornal ficar pronto, deixamos na sala de uma turma mais jovem, afinal, quanto menos idade se tem, mais escândalo e repercussão se faz (é uma regra da vida, pode anotar no seu bloquinho). Me lembro que uma garota pegou esse jornal e ficou desesperada, saiu contando para Deus, o mundo e o submundo inteiro. 

  Como de praxe, a diretora recolheu o material, fez uma reunião no pátio do colégio e rasgou o bendito na nossa frente ameaçando “engolir” os responsáveis por aquilo. E cá entre nós, ela ficaria idêntica a uma jibóia ao engolir os responsáveis, porque tínhamos a estrutura corporal bem maior que a dela. Rsrs.



   E assim o Jornal Futrico morreu justo na sua primeira edição, não por causa dos concorrentes ou falta de patrocinadores, mas pelas mãos de tesoura da diretora. Não me recordo muito bem sobre o que mais escrevemos, mas lhe confesso que meu coração ainda recorda a dor de ver aquele material tão difícil de ser feito, sendo rasgado em público. Naquela hora, pensava comigo: - Ó Mestre, perdoai, ela não sabe o que faz. 

    Como diria o personagem Gaguinho do Loonney Tunes: Isso é tudo pessoal. Caso queria continuar lendo, esse "esporte para os olhos", lhe sugiro dar uma conferida no texto: Spike, o desarmador de bombas. 

Boletim de Notícias da Garota Tropical

Porque a censura midiática começa na escola
    
    Olá, amigo leitor. Já parou pra pensar o quanto a mídia lança tendências na vida da gente? O povo adora criticar a TV, mas se pararmos para analisar a fundo, hoje em dia a internet consome muito mais tempo de nossa vida e é bem mais liberal que a própria televisão.

    Mas, em um tempo não muito distante, onde as pessoas não postavam a vida no facebook, era a bendita TV, essa caixa que foi considerada o invento do século, que fazia a cabeça da moçada. Conheço pessoas que deixavam de sair só pra conferir o programa preferido que iria passar na tv e outras que tinham uma certa devoção com as celebridades da mídia.

 Comigo não foi diferente, muitos dos meus amigos e até eu mesmo já me peguei fazendo algo para imitar algum ídolo da mídia ou simplesmente porque estava na moda por causa de um personagem de filme ou novela. Em meados de 2005, veio a tona a novela Rebelde, um verdadeiro fenômeno em vendas de revistas, cds, produtos e digo mais: comportamentos. Creio que o fanatismo era tamanho, que se lançassem a privada do RBD, a galera compraria o bendito vaso sanitário só pra poder fazer as suas necessidades no estilo “Rebelde”.

    Eu mesmo embarquei nessa onda, sim: “Y soy rebeldeeee!” e pude perceber o quanto as pessoas podem ser hipócritas, porque a maioria observa muito o outro, mas esquece de se analisar. Sempre quando surge uma nova onda, (quase) todo mundo quer assistir, consumir, falar sobre, amar, matar e morrer por aquilo, mas aí passa o período do auge, do boom, e as mesmas pessoas que amavam e consumiam, já passam a odiar, criticar, menosprezar. Que amor era esse, hein? Na maioria dos casos, isso reflete apenas ilusão ou falta de opinião mesmo, o marketing faz com a gente siga tendências e as abandone para abraçar outras que vem por aí, e assim algumas pessoas vivem mais do jeito que o marketing e a sociedade quer, do que segundo seus próprios anseios.

  Mas uma coisa especial aconteceu nesse período Rebelde, a novela possuía uma personagem chamada Pillar, que por ser a filha revoltada do diretor, sempre publicava cartas anônimas para prejudicar os seus colegas e causar confusão. Tudo bem, usar roupas, ouvir músicas e tal, mas já pensou se essa moda das cartas anônimas pegasse também? 

E foi o que aconteceu, é o que eu vou lhes contar na segunda parte da história, que você pode ler clicando aqui